1.6.06

Druk druk druk

Um amigo meu, quando alguém lhe contou o que sentia por uma terceira pessoa, respondeu "mira, eso que me dices a mí, porque no le dices a él?".

De facto! Porque é que as pessoas não falam? Orgulho? Medo? A falar é que a gente se entende. A capacidade de exprimir os sentimentos é uma mostra de inteligência emocional. Sofrer sozinho, tentar comunicar com sinais indirectos ou tentar ler outra pessoa sem que esta se aperceba, para quê?

Para mim é uma filosofia: "eso que me dices a mí, porque no le dices a él?"

PS: Pronto, estou feito velho chato, a repetir as frases-chave.

17 comentários:

Anónimo disse...

Ora, ora:

Bem pregas frei Tomás:/
Faz o que ele diz,/
Não faças o que ele faz.//

Não acredito que, nos assuntos de que estamos a conversar, tenhas sempre aberto a boca ...

Timidez, miúfa das consequências ( então, tratando-se de um gay a um hetero - podem ser de arrepiar ... ), até comodismo ...

Ah, não é certo que o mundo fosse melhor se houvesse telepatia: eu, pelo menos, devia levar estaladas todos os dias!

( Tenho duas listas classificatórias, uma para homens, outra para mulheres, que têm validade diária. Vou pondo na lista @s três mais gir@s que vi ao longo do dia. No fim do dia, procuro conservar a memória d@ que encabeça a lista. Olha se isto fosse evidente ... )

Humpffff!
Tchuiiiik!
ZR.

/me disse...

De facto, nem sempre o faço. Por vezes por orgulho, outras porque a outra pessoa não merece essa minha abertura, e quero salvaguardar-me. Mas, mais frequentemente, porque a relação (seja de que carácter for) me ultrapassa, do ponto de vista de que me sinto preso ao que a outra pessoa espera de mim, e me falta capacidade para alterar a relação em si.

A primeira pessoa com a qual construí uma relação que sou verdadeiramente capaz de alterar quando necessário foi com quem é agora o meu melhor amigo. Às vezes ainda me custa, mas aprendi com ele que é preciso ir readaptando as relações (neste caso de amizade) de modo a que acompanhem a evolução dos envolvidos nela. Senão, deixa de se ter uma relação plena, e passa a ser parcial: em vez de ser eu mesmo na relação, serei quem fui, ou uma parte de mim, ou quem a outra pessoa quiser que seja. E se isso nalguns casos basta, em relações mais profundas é claramente insuficiente. Acho que faz parte do processo de nos darmos. Temos de partilhar quem somos, mesmo com revoluções.

Argh, 2 horas para terminar de escrever este capítulo, mais o doutoramento do meu amigo, ir buscar uma coisa ao aeroporto e uma miríade de pequenos recadinhos nos entretantos. Que estou eu a fazer a escrever aqui??? Ciao. :P Volto depois.

Anónimo disse...

Concordo com o post.
www.blog.jaimegaspar.com

Anónimo disse...

Lembro que uma miríade são cem mil; a inclinação dos meridionais para o exagero não se atenua nas terras do Norte ...

( É uma das razões porque gosto mais da malta do Sul; a outra é que são mais tostados, estaladiços e gostosos de trincar. )

ZR.

/me disse...

Se contares com a quantidade de vezes que tenho de inspirar e expirar, para além de piscar os olhos, contrair e descontrair cada músculo individualmente, incluindo o coração, etc., uma miríade são trocos. :) :P

(hoje estou chato)

Mikael disse...

De facto é perferível dizer o que vai cá dentro, mesmo que isso possa fazer estragos, pelo menos foos inceros connosco e com os outros. Sei que nem sempre isso é fácil - quantas vezes já me esquivei de o fazer?! - mas é uma filosofia de vida muito pertinente. E acima de tudo correcta.

Abraço

Joanissima disse...

Dá licença...?

: )

Talvez seja importante reformular o conceito de "dizer". Pois que, se é certo que falamos mutos, nem semre dizemos o suficiente... E há muitas formas de verbalizar o que sentimos. E nem sempre as palavras são tradutoras fieis do que nos corre na alma...
Seja como for a palavra de ordem é sempre a da autenticidade!

(e essa da citação em castellano foi um golpe miseravelmente baixo!!!)

Tenho muitas saudades tuas, meu anjo.
Um grande beijo. Cheiinho de sol.

Anónimo disse...

Olá petit! :D :D
Estou (estamos!) de volta!!
Céus, a leitura que me espera para pôr-me ao dia...
Constato com graça que o ZR continua igual, e espero que tu não te tenhas estragado! :)
Petonets a todos!
A verdade é que sinto saudades...
:P

Enoch

Anónimo disse...

Não estás, não senhor.

( Ensina-me: como é que se descontrai o coração? )

Humpfff!!
Tchuiiik!!

ZR.

teresa.com disse...

quando nao falei foi porque temi a resposta...
depois de tentar uma vez com sucesso, foi sempre a abrir!
p.s.> os velhos nao repetem... esquecem-se que ja disseram!

paulo,sj disse...

Olá,

Uma vez ouvi um pensamento:
"Quando disseres que já conheces alguém na totalidade, é porque deixaste de conhecer esse alguém". Graças a Deus vamos mudando, em cada dia surge algo novo, há sempre uma novidade por mais pequenina que seja. (Sim, está muito melosamente poético). Mas desde há uns dois anos e meio (e vais ser assim durante muito tempo) que faço exame de consciência duas vezes por dia, pelo menos. Neste momento de paragem, que não é propriamente para ver os pecados, como erradamente se pode pensar, vejo o que foi acontecendo e como é que reagi nesta ou naquela situação... No fundo, onde cresci ou não... Com isto quero dizer que à medida que nos vamos conhecendo, vamos descobrindo coisas novas, a nossa realidade, como somos e assumindo a nossa verdade. E ao nos apercebermos disso, também vai acontecendo esse olhar em relação ao outro. Verdade puxa à verdade. É certo que por vezes falta a coragem, falta a vontade, etc. etc. Mas as coisas só acontecem se as pusermos em pratica. Aos pouco com quem temos mais confiança, com quem já vamos conhecendo e que nos conhece de forma especial.

Eu tenho vivido esta experiência. Obviamente não vamos ser livros abertos para qualquer pessoa. A nossa intimidade deve, aliás tem de, ser protegida. Há quem tenha a honra de saber mais qualquer coisa sobre mim e claramente tenho de ser eu a dar o passo. E como dizia, abertura gera abertura. Acontece muitas vezes que não sabemos como falar, então porque não fazer o que se chama em relações humanas, o investimento arriscado? Na maior parte das vezes só se sai a ganhar… Podemos sofrer, mas a coragem de ser verdadeiro é mais construtora, que o fechamento na minha insegurança… O fechamento, o guardar cá para dentro só leva à destruição lenta da nossa parte emocional. Resultados: Por vezes bastante drásticos!

Desculpem se não está muito alinhado, estou um bocado cansado! Mas senti que devia partilhar o que sinto sobre isto…

P.S. – A amizade é para ser colmatada com a verdade de um gesto, aquele que o outro pode precisar…

Deixo um grande Abraço, com a minha oração!!!!

Feliz dia da criança para todos! :)

Anónimo disse...

ZR, mas tb há branquinhos de fazer parar a respiração... ;)

Relativamente ao post, a verdade é que toda a gente tem medo. Medo das consequências, de alterar a imagem que os outros têm de nós, medo da sua reacção, medo da nossa reacção, etc, etc. Depois o que importa é se temos a capacidade de ultrapassar esse receio e se temos vontade de o ultrapassar. Sim, porque há quem não o consiga fazer, e há situações em que simplesmente até poderíamos, mas não o fazemos por uma questão de escolha.
Teoriamente concordo que deveríamos faze-lo sempre.

;)

Anónimo disse...

Ah, aequilibrium, se há, se há, ...

Mas se pegares neles e os tostares um bocadinho, ficam sempre mais apetitosos.

( Abro uma excepção para os ruivos, que podem ficar excessivamente sardentos. )

ZR.

dcg disse...

Oh, /me, tantas vezes falámos disto e tantas vezes me disseste precisamente para avançar quando eu não conseguia! Farto de saber a minha opinião estás tu. Estou convencido que as coisas simples existem para nós não as seguirmos. Faz parte do ser humano complicar, levar o dobro do tempo do estritamente necesário. De vez em qando aparecem umas pérolas raras como tu, que conseguem ser práticos, directos, direitos ao assunto. Reforço, essa é uma virtude difícil de encontrar. Por isso concordo tamb´me muito com o aequillibrium. Trata-se de medo e de falta de vontade. Só ultrapassamos o medo quando temos mesmo muita vontade de tentar!

Orlando disse...

Nalguns casos a solução apresentada conduzia a erros grosseiros. Há muitas vezes boas razões para protelar o contacto com alguém. Se a solução fosse assim tão simples, o problema há muito que estaria resolvido.

/me disse...

De acordo, On. Depende do contexto. Não estive, nem estou, para explicitar o mesmo, porque julgo que todos o percebem. :)

paulo,sj disse...

Curioso como o medo e a vergonha nos prendem a acção... Queremos ser livres, mas muitas vezes atamos as próprias mãos. É verdade que é um reflexo de mãos atadas pela sociedade desde há muito, mas... Nós somos muito medrosos e ainda, aliás, cada vez mais pensamos no que o outro pensa de mim. Sinceramente se não assumo a minha realidade, como sou, estou preso, atado, até mesmo limitado (no mau sentido) ao outro... De todo que não é simples, quem nos dera que assim fosse. E quando estamos apaixonados, sem correspondência? Quando estamos "presos" a alguém que não nos devolve o sentimento? Ou quando é o contrário? Meu Deus, o mundo sentimental é mesmo o mundo a descobrir e a desenvolver... Mas continuo na minha, a verdade, antes de mais connosco próprios, é essencial... Penso que o medo combate-se com a coragem de ser quem sou... Sem vergonhas e sem rodeios! Mesmo que apenas só uma ou duas pessoas saibam do que se passa comigo (seja o que fôr).