26.8.06

Mensagem que não chegará aos destinatários

Fogo... Eu sei que escondo bem os sentimentos, mas eu não sou tão forte como pensam.

Sei que me faço de forte, que estou (quase) sempre bem, sempre optimista, sempre positivo, mas caramba, acreditam mesmo que isso é sem qualquer custo? Que não tenho de digerir as coisas?

Porra, também sou frágil, a mim também me doem as coisas, e se lavo a cara depois de chorar, e não me faço de vítima, isso não quer dizer que esteja sempre tudo bem.

Preciso de um quarto almofadado onde possa ser fraco. De um confessionário de um padre, de um abraço de um amigo.

Já merecia que tivessem um bocado mais de cuidado comigo...

Quem tinha de ler isto não vai ler, por isso é só um desabafo. Fiz do blog o tal quarto almofadado.

16 comentários:

Beetho disse...

De facto, cá dentro de mim,
nunca duvidei da tua tentativa de esconder sentimentos;
nunca te julguei mais forte do que a força que aparentas;
nunca avaliei que a tua fanfarronice fosse a custo zero;
nunca descartei a hipótese de teres digestões difíceis e demoradas;
nunca deixei de te ver também frágil e dorido;
nunca desvalorizei o teu esforço de apareceres de cara lavada,
sem lamentações nem queixumes;
nunca me convenci que estava sempre tudo bem.
Nunca!

Sempre soube intimamente que, um dia,
irias precisar de um quarto almofadado,
de um confessionário de um padre,
de um abraço de um amigo.

O quarto almofadado,
símbolo da segurança física e psico-afectiva.

O confessionário de um padre,
símbolo de reconciliação ao que em ti há de mais sagrado.

O abraço de um amigo,
símbolo da aceitação e do apoio ao que em ti é profundamente humano.

Sim, é verdade,
merecias que eu tivesse cuidado mais e melhor de ti…
mesmo sabendo que este post não foi escrito propositadamente para eu ler.

Tenho um quarto disponível.
Posso sugerir-te o confessionário de um padre.
Estou contigo, para aquele abraço!

/me disse...

Beethoven, arrancaste-me um sorriso. Geralmente isso é tarefa bem fácil, mas hoje era quase missão impossível. Obrigado. :)

Joao disse...

{abraço}

secret him disse...

/me, que os teus leitores sejam sempre uma espécie de almofada que te abraça quando estás "down".

Reconhecer isto tudo é já ser forte, muito forte!

Um abraço de quem podes considerar amigo.

SH

LeGourmet disse...

Padre não serei, mas quando precisares de desabafar, sabes que podes contar com um ombro amigo!

E UPA lá com esse astral!!!

Um abraço

Sofia disse...

Mais uma vez, tal como aconteceu com o teu post do Pai Natal, surgem-me 4 palavras:
Como eu te percebo... :)

Mas sabes que vai passar, não sabes?
Sabes que vais voltar a armar-te em forte a seguir. É sempre assim... :)

Abraço apertado, /Me. Muito muito apertado.

/me disse...

Obrigado a todos. :D

FFreitas disse...

E fizeste muito bem!

maria disse...

/me

Meu querido /me, o mal se calhar começa, porque escondes os sentimentos. Os sentimentos não são para esconder. Eles não são bons nem são maus, são o que de mais expontâneo temos. O que fazemos para além deles é que leva a marca da nossa vontade.

Bem, quando eu digo que não são para esconder, depende...Se por exemplo, temos uma forte antipatia por uma pessoa, não é necessário que lho expressemos abertamente.

Mas os sentimentos, apesar de expontâneos, são avisadores sérios que não devemos desprezar. E pior que escondê-los das outras pessoas, é o "tratamento" que lhes damos na nossa própria vida. Quando te fazes forte a quem é que queres "enganar"? Porque é que o fazes? Para não sofrer mais, para te protegeres, para não enfrentares a verdade? Para não teres que tirar as devidas consequências?

Das respostas a estas perguntas, depende toda a relação que estabeleces contigo e com os outros. O principal é resolver as coisas dentro de nós. O resto virá por acréscimo.

Um abraço apertado.

(Se não quiseres, não publiques este comentário) ;)

maria disse...

...e isso de te fazeres forte, é o mais natural que há. Às vezes só nos resta mesmo esse "teatrinho". Tem vezes que é uma terapia necessária. Enquanto o fazemos, vamos mesmo criando forças para prosseguir.

/me disse...

MC, eu não gosto de me fazer forte. Faço-o para me resguardar. Por enquanto, é-me impensável (por exemplo) dizer à minha mãe que estou em baixo porque discuti com o meu ex... Dava-lhe uma coisinha má. :P

Mas para mim, reconheço o que sinto. E quando posso, deixo-o sair. Só que às vezes, tenho de suster a respiração e aguardar, mesmo que por dentro ferva ou chore.

Sofia disse...

Não querendo responder pelo /Me, não me parece que seja uma questão de esconder sentimentos, MC.
Pelo contrário, por não se esconderem e estarem tão à flor da pele, tão evidentes, é que é necessário vestir a armadura a seguir. É uma questão de protecção, de facto. Mas também é um facto que, normalmente, somos mesmo fortes. Acabamos por aprender a sê-lo. E não há nada como conseguir enganar a dor e o sofrimento, quando aprendemos a utilizar essa força. Depois há os momentos em que estamos cansados. Este será apenas um deles, para o /Me. :)

maria disse...

Sofia, já percebi as razões do /me.
Já percebi o desabafo.

E como hoje não será grande dia para falar de sentimentos, fico-me por aqui. :)

Abraço para ti.

maria disse...

Hoje ando a fazer comentários às "pinguinhas". Viste o filme "os deuses devem estar loucos?" Onde há uma cena de um pequeno, que ao deparar-se com uma hiena (se não me falha a memória do bicho)coloca um pedaço duma casca de árvore acima da cabeça para parecer maior e impor respeito ao bicho? É uma boa imagem, explicativa do que estamos a falar.

Sofia disse...

É uma EXCELENTE imagem, MC. :)

Principalmente se soubermos, nas alturas em que a armadura se parte ao meio (como no filme), rir do nosso real tamanho com a mesma ternura que nos desperta essa cena. :)
E se quem sentimos como ameaça olhar para nós e perceber que não passamos de "pequenos com cascas de árvores na cabeça", então... nem tudo estará perdido e o mundo deixa de ser um lugar assustador.

Anónimo disse...

"Já merecia que tivessem um bocado mais de cuidado comigo..."

Para que tenham mais cuidado contigo, tens de ter mais cuidado com os outros. Tá?

Paz*