Um pensamento que para mim foi tão familiar:
" Pisoteemos el propio yo, la soberbia, el amor propio, el egoísmo, la vanidad, la sensualidad... Todo pisoteado, porque Dios nos llama; y la llamada del Señor es tan dulce y tan profunda, que nos transforma, nos diviniza. Vale la pena que intentemos ser buenos hijos de nuestro Padre: así seremos buenos hijos de Nuestra Madre del Cielo. "
Se Deus nos mandou amar uns aos outros, e se nos ama a cada um de nós, não teremos também a obrigação de nos amarmos a nós mesmos?
Esta terá sido talvez a lição que mais me custou a aprender.
" Pisoteemos el propio yo, la soberbia, el amor propio, el egoísmo, la vanidad, la sensualidad... Todo pisoteado, porque Dios nos llama; y la llamada del Señor es tan dulce y tan profunda, que nos transforma, nos diviniza. Vale la pena que intentemos ser buenos hijos de nuestro Padre: así seremos buenos hijos de Nuestra Madre del Cielo. "
Se Deus nos mandou amar uns aos outros, e se nos ama a cada um de nós, não teremos também a obrigação de nos amarmos a nós mesmos?
Esta terá sido talvez a lição que mais me custou a aprender.
8 comentários:
Creio já ter uma vez assinalado que também a SJ começou assim ... e hoje é tão diferente ... o mesmo sucederá com a OD.
Claro que devemos estimar-nos a nós próprios.
No texto referido, como em outros do Balaguer, há uma confusão entre: i) de um lado, soberba, egoísmo, vaidade; ii) de outro lado, o ego e o amor próprio; iii) finalmente, a sensualidade.
As atitudes de um cristão em relação a i), ii), iii) devem ser diferentes.
E não tenho tempo.
Até 10? de Setembro.
Zé.
Concordo contigo, em que há confusão entre 3 classes de coisas distintas.
Não penso que a ideia seja deixarmos de nos amarmos a nós mesmos mas sobrepôr o amor a Deus sobre esse amor-próprio.
Um não mitiga ou aniquila o outro.
Até porque "nós" fazemos parte de "uns aos outros"!
No contexto em que aparece o texto que citei, penso que a ideia é mesmo que o amor-próprio é supérfluo.
Concordo que deve ser como tu dizes, gorduchita (que nick engraçado :) )!
Oi, /me.
Parece-me que a aparente contradição se resolve na noção de transformação de si. Muito mal dito: o eu disponível, aquele que sou naturalmente, é incapaz de amar plenamente, até ao fim – a si próprio (tanta merda me faço) e aos outros (tanta merda etc). Mas também, não é totalmente incapaz, e é também a partir das suas pequenas e falhas capacidades que acede ao que o transforma num ser mais capaz de amor.
Faltaria também definir o que queremos dizer com essa palavra tão gasta e ambígua do “amor” :P
Abreijos.
PS: Porra, estão 34º centígrados em Lisboa. Que faço eu à frente dum computador, aproveitando a hora de almoço para blogar?... Olha qu’ isto… Devia era ter trazido o fato de banho, com a piscina do técnico mesmo aqui ao lado… ;)
Olá!! Depois de um merecido descanso, eis-me de volta... Mas por muito pouco tempo, ainda vou sair por uns dias... (Uma peregrinação a Xavier - há que comemorar os 500 anos do nascimento de Francisco e depois 8 dias a fazer os Exercícios Espirituais, ou seja retiro em silêncio. Há muita coisa para organizar cá dentro :) ) E posso continuar por dizer, por um lado a SJ mudou muito, é verdade, mas manteve uma linha de coerência com o pensamento do fundador: Sto Inácio de Loyola. No seu processo de conversão, ele passou por uma negação de si mesmo, que o levou ao quase, senão mesmo total desleixo de si mesmo, ao ponto de tentar o suicidio. Depois percebeu que o respeito por si próprio era também o caminho que o levava até Deus. Bem, mas só depois de muitas peripécias é que nasceu a SJ.
Se não nos conhecemos e amamos, não podemos amar os outros. Torna-se dificil... Lá diz o mandamento: "Amar os outros como a TI MESMO"... É verdade que Sto Inácio nos Exercícios fala em deixar "o próprio amor, querer e interesse, para buscar o de Cristo". Ora, eu acredito que o de Cristo é maior que o meu, logo só pode ser melhor... Portanto não significa perder o amor-próprio simplesmente por perder, mas sim para alcançar outro ainda maior. Se o perco, já não posso dar aquilo que não tenho! :)
Bolas, há que nos amar e gostar de nós. Não na tendência de sermos os melhores do mundo, porque não somos... Não há ninguém melhor nem pior... Somos diferentes! Mas temos de aprender a lidar conosco próprios. Como? A amar o que temos e somos. E a partir dái a lançarmo-nos para Deus, the Real One!! :)
/me estamos juntos!! É bom estar quase de volta!!! Aos outros aquele Abraço e Beijinho e orações, claro está...
Frequentemente se apresenta o caminho cristão como um exercício de perfeição com os olhos postos na salvação da alma. Penso que nem este é o caminho cristão, nem é válida a base textual que lhe serve de argumento. Em consequência, há que fazer a revisão da expressão de «Pisoteemos el propio yo, el amor próprio», tendo em atenção que nos situamos num registo teológico, e não psicológico. É evidente que uma renúncia assim, psicologicamente, seria a autodestruição do indivíduo.
A dificuldade da expressão está no inevitável conteúdo ascético que em si mesma parece ter. Habitualmente dizem-nos que a devemos entender como um "dizer não a si mesmo", como um exercício dirigido a disciplinar as tendências naturais da pessoa. Mas, a meu ver, ninguém tem de «pisotear» alguma coisa de si próprio. Defendo que a expressão «Pisoteemos el propio yo, el amor próprio» deve ser traduzida para o concreto da vida hoje no sentido de esquecer-se de si próprio por estar generosamente disponível para os outros. Isto nunca pode significar a renúncia à vida, mas sim o aproveitá-la muito melhor. É dedicar essa vida ao amor, é gastá-la na conquista da felicidade gerada pelo amor partilhado. No seguimento de Jesus Cristo!
Ora, para isso, bem sabemos que é importante uma auto-estima positiva. Quem tem de si mesmo uma valorização positiva, isto é, confia na sua própria pessoa e nas suas capacidades, aceita-se pacificamente na sua realidade pessoal, torna-se independente face aos juízos superficiais dos outros e não sente necessidade de conceber comportamentos desonestamente protectores e egocêntricos. Procura agir na simplicidade e na verdade, julgando-se a si mesmo aceitável sem lamentações, olhando o mundo sem desconfiança, sem necessidade de atitudes defensivas, nem hipocrisia, nem o esforço de impressionar a todo o custo. Penso que isto é tanto mais urgente quanto a atracção que se vive hoje no sentido de valorizar a imagem, idolatrar as aparências, consumir uma “espiritualidade” sem corpo («Todo pisoteado, porque Dios nos llama;….) que se presta a sentimentalismos individuais, mitos pessoais criados subjectivamente sem uma hierarquia de valores, é uma realidade evidente.
Nunca fui nem sou e jamais serei "discípulo" do autor da frase em análise. Mas admito que no seio da instituição por ele fundada há pessoas de grandissimo valor intelectual e moral e espiritual. Conheço alguns com quem mantenho saudáveis diatribes.
Gostei muito do que escreveste, Ludwig.
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