4.7.06

Mummy

Todas as minhas palavras bonitas sobre sentir e agir, inteligência emocional, a necessidade de diálogo, etc., caem por terra, quando lido com a minha mãe.

Nas novas relações que vou forjando, tento (e penso que consigo) manter um registo saudável, mas nas mais antigas, familiares, sinto-me como num colete de forças.

Cada vez que me tento libertar parece pior, e tardo em partir a loiça, embora cada vez mais me aperceba de que é a única solução. É que não consigo ser eu! Não posso sequer receber uma mensagem no telemóvel sem ser submetido a interrogatório. É desesperante. A solução para estes casos costuma ser arranjar uma namorada que coloque a sogra no lugar (hahaha, acabei de revelar a verdadeira essência dos homens).

Pronto, terei que me fazer forte e marcar os limites. Aceitando as consequências. Não posso continuar a sacrificar assim a minha liberdade, em nome de nem sei o quê.

3 comentários:

/me disse...

Não funciona. :)
Vem logo a seguir uma catrefada de perguntas. Se não quero responder, tenho mesmo de dizer que não quero responder. E depois há amuos e ranger de dentes.

Mr Fights disse...

No meu caso as respostas tipo "vou sair" costumam resultar.

Depois ás vezes é preciso responder um: "o que é que te interessa"... ás vezes dá em amuo, noutras adia qualquer discussão eminente.

Anónimo disse...

Bom, bom: já passei há tanto tempo por essas coisas que nem me recordo como foi ...

E depois, nesse tempo, a minha mãezinha ignorava completamente os meus gostos ( também ) por rapazes ...

Tinha para aí 21 anos quando ( por uma distração envolvendo cuecas com elefantes estampados, que eu nunca usei ) ficou de ninho atrás da orelha ...

Já estava na meia-idade ( eu, não ela ) quando lhe disse: estava a beber chá e nem a chávena tremelicou - admirála-ei sempre por isto.

Manifestou só alguma preocupação quanto à reacção possível dos netos; quando lhe disse que me haviam dito ser-lhes indiferente que juntasse os meus trapinhos com um homem ou uma mulher e que em ambos os casos me desejavam boa-sorte, ficou aliviada.

E - bem vês - já não tinha idade para que me perguntesse onde ia, a que horas voltava ...

Pois é, as mães, as mães ...

Gostam muito de nós. E julgo que quando se apercebem da gayness de um filho o que as aflige é o anteverem as dificuldades por que o queridinho vai passar.

Os papás - julgo que é diferente: sentem-se feridos no seu orgulho de macho: " Como pôde sair de mim alguém que não goste de mulheres?".

Estarei a ser injusto? Talvez...

Sobretudo, muito tino: que numa futura declaração de independência não se esqueça que o amor de uma mãe a pode levar a ser chata como o peito da funcionária do guichet do Técnico nos anos 70 - mas é o amor de uma mãe.

ZR.