Eu ainda sou do tempo em que o 25 de Abril era uma vaca sagrada, o Mário Soares o pai-herói da democracia e o Salazar comia criancinhas ao pequeno almoço.
Era esse o discurso oficial. Por outro lado, ouvia coisas contraditórias. Saneamentos, nacionalizações, descolonização apressada, a manutenção anos a fio de rendas congeladas, enfim, devaneios para todos os gostos.
Também em relação a Salazar nunca tive uma posição a preto e branco. Se me alegra termo-nos libertado do Salazarismo nos anos 70, não me alegra menos termo-nos libertado da 1ª república por mãos do Salazar. Aliás, sempre tive (apesar de em minha volta serem todos muito abrilistas) a noção de que Salazar foi um bem que se transformou em mal por ter permanecido tempo demais.
Ainda hoje há quem olhe para o 25 de Abril e para o regime actual com uma reverência exagerada. E acima de tudo, com uma pseudo superioridade moral que apenas pode enojar. Só reconhecendo - como penso que se começa a fazer, de forma atabalhoada - o que de bom e de mau há em cada regime e em cada altura poderemos ser realmente livres e democráticos. Decidir o futuro não tendo consciência do presente ou do passado não é realmente democracia. Assim, o endeusamento do 25 de Abril (e a falta de reconhecimento real das faltas passadas e presentes) é, na minha opinião, um dos maiores entraves à democracia em Portugal. Por essa razão, não me custa que onde estou não seja feriado hoje. Não me apetece assim muito festejar.
Era esse o discurso oficial. Por outro lado, ouvia coisas contraditórias. Saneamentos, nacionalizações, descolonização apressada, a manutenção anos a fio de rendas congeladas, enfim, devaneios para todos os gostos.
Também em relação a Salazar nunca tive uma posição a preto e branco. Se me alegra termo-nos libertado do Salazarismo nos anos 70, não me alegra menos termo-nos libertado da 1ª república por mãos do Salazar. Aliás, sempre tive (apesar de em minha volta serem todos muito abrilistas) a noção de que Salazar foi um bem que se transformou em mal por ter permanecido tempo demais.
Ainda hoje há quem olhe para o 25 de Abril e para o regime actual com uma reverência exagerada. E acima de tudo, com uma pseudo superioridade moral que apenas pode enojar. Só reconhecendo - como penso que se começa a fazer, de forma atabalhoada - o que de bom e de mau há em cada regime e em cada altura poderemos ser realmente livres e democráticos. Decidir o futuro não tendo consciência do presente ou do passado não é realmente democracia. Assim, o endeusamento do 25 de Abril (e a falta de reconhecimento real das faltas passadas e presentes) é, na minha opinião, um dos maiores entraves à democracia em Portugal. Por essa razão, não me custa que onde estou não seja feriado hoje. Não me apetece assim muito festejar.
4 comentários:
CLAP, CLAP, CLAP...
Finalmente algo para festejar hoje: Este teu post!
E não é que tens razão, carago!
Ainda assim, abraço libertário!
PedroJ
Estava-se mesmo a ver que havia aí um caso mal resolvido. No final explicas tudo: é o problema do mau perdedor que não tem o feriado. haha
Vaca sagrada..risssssssssssssssss
Enviar um comentário