No meu primeiro e anterior namoro, era significativo completar meses. É que era tudo tão mau que mais parecia uma prova de resistência... Estava apaixonado ao ponto de permitir faltas de respeito e autênticas agressões psicológicas, numa relação tão patológica que ainda hoje, mais de um ano depois de me ter libertado, sou obrigado a considerar seriamente o pedido de uma restraining order. Foi traumatizante; o Amor que livremente dava era devorado por um egoísmo voraz de alguém que pensei ingenuamente conseguir mudar.
Aprendi acima de tudo que não basta saber Amar. É preciso que a outra pessoa saiba deixar-se Amar. Evito tirar conclusões sobre a natureza humana, porque se é bom ter os olhos abertos, convém cultivar uma certa ingenuidade. Há sempre quem a mereça.
O contraste para o namoro actual é tão gritante que seria insultante comparar. Os dias e meses sucedem-se sem dar por isso, da forma tranquila e calma que sempre idealizei. Não tenho de salvar ninguém, nem espero (ou preciso) que ninguém me salve. Concentro-me apenas em construir uma relação, não em (re)construir uma pessoa. Valorizo esta relativa normalidade, no seio da qual a transcendência do Amor é magia que não cabe neste texto.
Agora completar meses é apenas mais um motivo para celebrar a alegria que criamos todos os dias. É extraordinário, na medida em que essa alegria o é.
Este post dedico-o a todos os que me têm lido desde o início ou que por algum modo têm partilhado a minha experiência.
Aprendi acima de tudo que não basta saber Amar. É preciso que a outra pessoa saiba deixar-se Amar. Evito tirar conclusões sobre a natureza humana, porque se é bom ter os olhos abertos, convém cultivar uma certa ingenuidade. Há sempre quem a mereça.
O contraste para o namoro actual é tão gritante que seria insultante comparar. Os dias e meses sucedem-se sem dar por isso, da forma tranquila e calma que sempre idealizei. Não tenho de salvar ninguém, nem espero (ou preciso) que ninguém me salve. Concentro-me apenas em construir uma relação, não em (re)construir uma pessoa. Valorizo esta relativa normalidade, no seio da qual a transcendência do Amor é magia que não cabe neste texto.
Agora completar meses é apenas mais um motivo para celebrar a alegria que criamos todos os dias. É extraordinário, na medida em que essa alegria o é.
Este post dedico-o a todos os que me têm lido desde o início ou que por algum modo têm partilhado a minha experiência.
15 comentários:
A tua felicidade alegra-me! :)
Percebo-te perfeitamente. Já passei por uma experiência semelhante à que passate com o teu ex-namorado e agora tb estou numa relação que considero saudável e de igual para igual. :) e Estou super feliz! Abraço
Concordo com o Maurice. :)
A natureza humana é contraditória. Podes portanto tirar conclusões, e simultaneamente cultivar a ingenuidade. Embora possa não ser mentalmente saudável para toda a gente, é possível integrar no entendimento da natureza humana tanto gandhismos como hitlerismos… Bem, mas porque é que estou para aqui armado em antropólogo ?... Afinal, o que me fez abrir a caixa de comentários foi a alegria dum amor mutuamente amoroso. (Há que dar-me um desconto, com a gripe que estou… ;)
Abraço aos dois.
Vou abrir uma garrafita (e até pode ser que seja bom para a constipação ;)
Aprendi acima de tudo que não basta saber Amar. É preciso que a outra pessoa saiba deixar-se Amar
"Entre deux amants il ya toujours un qui aime et un qui se laisse aimer".
Depois a Agatha Christie construiu uma história sobre esta certeza do La Rochefoucauld. O que não a torna inquestionável, claro.
...and may you keep it forever. :)))
Olá /me,
Fico muito contente que vivas em tranquilidade e calma com este novo namoro! Espero que estejas feliz e estou certo que farás esse outro feliz também!
Um abraço
secrethim
Entendo quase todos os pontos. A excepção vai para a questão da ingenuidade. Por vezes o retorno que temos quando cultivamos uma ingenuidade saudável em relação aos outros pode ser um balde de água fria.
Dcg, mas eu defendo que se cultive a ingenuidade apesar disso. Senão, não era preciso sequer cultivá-la...
Quanto ao balde de água fria, às vezes é assim mesmo, mas não raramente parece-me que somos nós próprios que o criamos, ao não sabermos ler as intenções profundas dos outros. Cada pessoa funciona da sua forma única, mas por vezes lêmo-la com as nossas próprias medidas, que nem sempre se aplicam.
Mais uma vez concordo. As nossas medidas traduzem aquilo que somos, aquilo em que acreditamos, os princípios que temos, os níveis de exigência, entre muito mais.
E por sermos todos tão diferentes não podemos querer que todos estejam à altura das nossas medidas. O que quis transmitir foi que, por vezes, a ingenuidade leva-nos erradamente a pensar que sim.
Dcg, não era bem por aí que eu queria ir. Estava a tentar dizer que duas pessoas diferentes, digamos A e B, colocadas perante as mesmas circunstâncias, poderão agir de formas diferentes, ambas de acordo com as respectivas consciências fazendo o melhor que sabem/podem.
Se apenas a pessoa B for submetida a essas circunstâncias é possível que posteriormente a pessoa A a julgue por ter seguido esse rumo, e não a que a pessoa A seguiria. Porém, para a pessoa B, o caminho que a A preconiza poderá não ser o melhor (o melhor, aqui, entendido no sentido ético).
Agora pergunto: a pessoa A deverá julgar a pessoa B partindo dos seus próprios padrões? Nesse caso, diria que está a criar o próprio balde de água fria.
Não estou a defender relativismo moral, nem acho que sejamos deuses para ler as intenções dos outros. Mas pessoalmente, quando me vejo confrontado com situações concretas complexas, prefiro tomar em conta as intenções profundas da pessoa em causa, e não aquilo que eu achava que ela devia ter feito. É talvez também essa ingenuidade que gosto de cultivar. Que neste caso me livra de baldes de água fria que não têm de o ser.
Enfim, perspectivas.
Agradeço a pequena parte da dedicatória que me cabe, Me! Obrigado!
Mas mais agradeço a leitura deste belíssimo texto! Quanto a mim, revela na perfeição o teu estado presente. Parabéns!
Que os meses que referes se vão juntando e que a tua/vossa alegria seja a vossa companheira quotidiana!
Um abraço amigo! :-)
/me só para dizer que concordo a 200% com isto: "Aprendi acima de tudo que não basta saber Amar. É preciso que a outra pessoa saiba deixar-se Amar. Evito tirar conclusões sobre a natureza humana, porque se é bom ter os olhos abertos, convém cultivar uma certa ingenuidade. Há sempre quem a mereça." E revejo-me, como decerto saberás (o que eu gosto destas invocações amigalhaças :P), nessa postura de "mais atento mas ainda assim não cínico".
Congrats, meu Dr. Phil. mas em upa upa
(OK esquece a referência ao Dr. Phil, é demasiado... hum... Dr. Phil)
Caro /me
é evidente que o teu texto é belo e revela quão bom é o momento que estás a viver.
Apenas dois pequenos comentários: por muito má que tenha sido a experiência anterior, ela foi-te benéfica para não repetires erros e agora isso reflecte-se positivamente no teu novo relacionamento;
quanto ao "comparar", é-me sempte difícil conceber comparações afectivas, porque há sempre "um outro lado" que é necessàriamente diferente e não deixa as comparações serem totalmente possíveis.
Clap, clap, clap, ... ( palmas, homem, palmas; e hoje à noite vou fazer como o VM e tomar um calicito de Porto ).
ZR.
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