31.8.06

Liberal

Gostava de ter ideias bem definidas a nível político. Acima de tudo, de quais devem ser os limites de intervenção do Estado. Penso que estarei num meio termo: defendo que se deixe o mercado funcionar como regra, mas julgo que isso não basta; é preciso regulação que defenda os direitos de quem à partida não está em igualdade de circunstâncias. Tenho pena de não ter o meu pensamento esclarecido e sistematizado para poder defender um qualquer sistema coerente.

Parece inegável que o mundo está a caminhar para o liberalismo (ou sou eu que não percebo nada do assunto?). O Estado vai-se retirando e dando espaço à sociedade civil, o que em muitos casos se traduz em empresas poderosas. Ou seja, é a admissão de que por vezes a competição egoísta nos leva mais longe. Aqui sobram-me dúvidas e desconfianças enquanto me faltam certezas. Suspeito que se tem de procurar o justo equilíbrio.

A nível sentimental (amizade ou outros relacionamentos), não será também um pouco assim? Parece-me que para haver equilíbrio, cada uma das pessoas numa qualquer relação tem de sentir as suas necessidades satisfeitas. Claro que há relações que fluem naturalmente melhor que as outras, mas parece-me que o que impulsiona primeiramente a interação entre duas pessoas é o egoísmo* de cada uma. A preocupação com o outro (aqui traço um paralelo à intervenção estatal) aparece geralmente apenas como uma segunda derivada.

O que me questiono é quão liberal devo ser nos meus sentimentos. Até onde é que os devo deixar fluir, até onde é natural, saudável e bom ser egoísta? Quando é que entram as considerações éticas, a preocupação pelo outro, o satisfazer das suas expectativas?

Bolas, que este post saíu mesmo atabalhoado. :)

* não tomando no sentido pejorativo; mas antes no sentido do "egoísmo funcional" a que uma vez me referi (sei que é feio citar-me a mim mesmo, mas neste caso auxilia-me a exprimir-me).

5 comentários:

RIC disse...

Não saiu, não, /Me... (Boa tarde!) São dúvidas que todos nós temos, creio eu... No entanto, no plano interpessoal, os factos e as ideias poderão parecer mais óbvios porque mais tangíveis; no sociopolítico, porque mais «abstracto», buscamos sempre mais algum conhecimento para uma opinião mais fundamentada. Mas são planos paralelos, estou de acordo!
Obrigado pela visita! Gostei!

(Wat ben je eigenlijk aan het doen in Nederland? Ik kan het niet geloven!... Woon je in Amsterdam? Utrecht? 's Gravenhaage? Adoro este nome! Zeg toch wat hoor...)

/me disse...

Ik studeer aan een andere universiteit in Nederland (aan de "city of light"). ;)
Ik hou wel van cultuur en taal, maar niet van nederlands. De taal is te moeilijk, en niet zo mooi... So I always switch to english. :P Tens de desculpar os erros, que não percebo nada de neerlandês... Onde aprendeste a falar a língua? :)

RIC disse...

Your written Dutch is just perfect! Not a single mistake in all those sentences!
Nou!!! Zeg zo iets niet! 't Is toch wel veel grappiger dan Duits of Engels. Ik heb de uitspraak steets heel mooi gevonden, maar... het moet wel ABN zijn. Er zijn dialecten die ontzettend lelijk zijn, dat is echt waar.
Well, the truth is I can still speak it because in the back of my mind it's somehow still «linked» to German. I haven't written for a long time now, so some times I'm not sure whether it's Dutch or German...
And I've learned it here in Lisbon for some time and later in Belgium and Holland (Utrecht).
As for the «city of light» I shall have to go through my memory files. Right now, no bell's ringing, but I'll get there for sure!
You may be now the pretext to make my Babylonian blog even more Babylonian... How great!
My best wishes for your studies and have please a little bit more patience for that language.

(OmG! Mas porque é que eu continuei a escrever em Inglês?! Vês no que dá gerir um blog babilónico?...) :-)

Joao disse...

Meu deus... a silly season já acabou?

Beetho disse...

E que tal conversarem por email?
Assim, eu não teria de traduzir esta treta.
:-)