A Igreja tem muitas regras e leis. Isto é permitido, isto não é.
Porquê? O mandamento novo, o que engloba todos, é "amai-vos uns aos outros".
As leis que a Igreja tem não são, nem devem ser, o que se pode "pescar" da Bíblia. Ou seja, apesar dos cristãos acreditarem na inspiração divina da Bíblia, as leis da Igreja não se querem uma reprodução do que aparece na mesma. Pelo menos na minha opinião.
As leis da Igreja devem ser indicações lógicas da melhor forma de cumprir o mandamento "amai-vos uns aos outros". A Bíblia pode ajudar a encontrar algumas dessas indicações, mas no fundo uma lei da Igreja deve ser no seguinte sentido: "quem cumpre o mandamento, não mata, não prejudica os outros, não ..., pelo contrário, alimenta os que têm fome, dá consolo aos que precisam dele, etc".
Todas as leis devem ser corolário do mandamento. E, obviamente, a Igreja tem uma experiência de 2000 anos, que incorpora conhecimentos mais antigos ainda. É normal que tenha algo muito válido a dizer sobre este assunto, e para os católicos, terá inspiração divina para o fazer.
Mas o mandamento resume-se numa palavra: Amor. E esse, não há regras que definam como o viver. Nem um código de leis com um bilião de páginas bastaria.
Porquê? O mandamento novo, o que engloba todos, é "amai-vos uns aos outros".
As leis que a Igreja tem não são, nem devem ser, o que se pode "pescar" da Bíblia. Ou seja, apesar dos cristãos acreditarem na inspiração divina da Bíblia, as leis da Igreja não se querem uma reprodução do que aparece na mesma. Pelo menos na minha opinião.
As leis da Igreja devem ser indicações lógicas da melhor forma de cumprir o mandamento "amai-vos uns aos outros". A Bíblia pode ajudar a encontrar algumas dessas indicações, mas no fundo uma lei da Igreja deve ser no seguinte sentido: "quem cumpre o mandamento, não mata, não prejudica os outros, não ..., pelo contrário, alimenta os que têm fome, dá consolo aos que precisam dele, etc".
Todas as leis devem ser corolário do mandamento. E, obviamente, a Igreja tem uma experiência de 2000 anos, que incorpora conhecimentos mais antigos ainda. É normal que tenha algo muito válido a dizer sobre este assunto, e para os católicos, terá inspiração divina para o fazer.
Mas o mandamento resume-se numa palavra: Amor. E esse, não há regras que definam como o viver. Nem um código de leis com um bilião de páginas bastaria.
Versão mais down-to-earth do último post.
20 comentários:
Acordaste provocador esta manhã :))))
a gente só não precisava de regras para o amor, se soubéssemos amar de verdade. Não sabemos, rapaz.
Mas, não vale inverter os valores. O que vale é o amor, as regras são um apoio. Vou dar-te um exemplo.
Já reparaste nas pequenas árvores plantadas nos jardins. Todas têm um pau como suporte. Quando a árvore cresce, tira-se o pau. Já não é preciso. Mas isso leva um bom tempo. Já reparei que alguns jardineiros foram descuidados e não tiraram os suportes, as àrvores querem crescer e não podem estão amarradas, e aquilo que antes as protegia é agora o que as oprime. Até dói a alma ver isso. :)
Agora vou almoçar, logo podemos falar de pessoas :)
Nem com um gogol ( =10exp100 ) lá chegaríamos!
Claro que a Igreja ( todas as denominações confundidas ) tem muito a dizer em muitas situações particulares sobre como dar vida a o mandamento.
Mas:
i) algumas vezes, os ensinamentos variam de denominação para denominação ( é natural: são homens );
ii) algumas vezes, os ensinamentos variam, dentro de uma mesma denominação, com o tempo ( é natural: são homens );
iii) ouvidos todos, o crente decide pela sua consciência, porque responderá perante Deus por ter ou não seguido a sua consciência, nunca por ter ou não seguido este ou aquele ensinamento desta ou daquela denominação.
É muito simples - mas a liberdade não agrada aos homens, porque a responsabilidade inerente assusta.
Para ter uma Fé adulta em Deus é preciso ter Fé no homem.
Novo beijo grande,
Zé.
Agora vai lá explicar isso à igreja...
(curto e grosso, que hoje o dia não dá para mais)
Por isso eu me considero crente, porque acredito.
Por isso não gosto da igreja, porque não acredito.
Eu sei, eu sei, que a Igreja é feita por Homens (mais homens que Homens, mas enfim...), e que por isso tem falhas, erros porque errar é humano.
Não critico quem segue a Igreja e as suas doutrinas, porque cada um é livre de acreditar no que quiser. E eu sou livre de acreditar, como tu bem o dizes NO MANDAMENTO, e de discordar em grande parte do resto, pelo menos na prática, porque na teoria a Igreja parece bem melhor.
Só me chateia quando eles (Igreja) tomam decisões, impõem regras a toda a sociedade. Quem acredita e segue a Igreja é livre de o fazer, mas que não julguem tanto os outros...
Voltei :)
pegando na Igreja. Ninguém sabe onde começa e acaba a Igreja de Cristo. As fronteiras não são vísiveis. Embora a Igreja Católica e eu ouço isso dia sim, dia sim, se identifique com a Igreja de Cristo.
Mas como o /me aqui coloca a questão das regras impostas pela Igreja Católica, fixemo-nos só nisso.
É verdade que segundo alguns críticos a Igreja Católica já criou mais pecados do que o homem alguma vez é capaz de fazer nesta vida, precisava de duas ou três. É verdade que não tem agido à maneira daqueles pais que vão ajudando a aprender a andar e depois libertam. A Igreja é demasiado protectora. Isso cria pessoas dependentes e passivas, que em vez de agirem segundo a sua consciência ficam sempre à espera que o bispo, o Magistério fale. Isto em teroria, na prática cada um vai à sua vidinha, excepto alguns fundamentalistas que também os há.
Mas, mesmo dentro da Igreja Católica há muitas sensibilidades. Há muito por onde aprender, e fazer, construir opinião e formar a consciência. Alguns a isto argumentarão que assim é uma fé, tipo super mercado, vai-se e escolhe-se o que se quer. A esses respondo que a nossa vida é feita de escolhas, a fé não foge a isso. O difícil é procurar uma linha de equilibrio, por isso o grupo faz falta. Eu posso não estar de acordo com o Magistério, com o Papa, com o meu prior, mas tenho que fazer comunidade em algum lugar, senão sou só eu e as minhas ideias, o que não é grande coisa :)
/me
ainda voltei!
pegando no teu último parágrafo:
As regras ajudam-nos a definir, a defender o Amor. Porque volto a defender, ninguém sabe o que é o Amor de forma total, absoluta. Mas andamos a teorizar, se calhar era melhor pegarmos num ou outro pontinho que te incomodam, e discuti-lo então.
realmente a Igreja ainda tem muito que evoluir nas questoes de marketing que adopta... a conta disso anda a perder clientes!
Confesso-me catolica praticante, mas que me zango com essa senhora muitas vezes, la isso zango!
Porque tens razao... tudo se resume ao Amor, nao ao temor!
Eu acho que o Amor não precisa de regras, MC.
O amor é anárquico e louco na sua generosidade absoluta. E não me digas que não sabemos amar, porque toda a história humana é tecida á volta desse mistério - a irracionaliddae criativa da paixão amorosa, da compaixão pelos outros, da solidariedade sm sentido e do altruísmo desregrado.
Há quem teorize mesmo que só isso explica anossa sobrevivência enquanto espécie - o nosso sentido gregário e a capacidade de altruísmo está nos nossos genes.
Estes dois posts estão mesmo a pedir comentário. Mas não tenho mesmo tempo. Amanhã exame de Filosofia Medieval. Mas gostaria de dizer, como homem de Igreja, há muito para dizer. Seja a explicar algumas coisas, seja a defender, seja ainda a concordar com muita mudança que precisa ser feita. Mas lanço um repto: Leigos, nós Igreja (e estou-vos a incluir, como é obvio), precisamos de vocês. Sejam mais interventivos, percam o medo. Vamos fazer "ecclesia" e acabar com o "clerigalismo" que impede o avanço.
Nós consagrados temos de ser mediadores da relação entre os homens e Deus, não controladores dessa mesma relação. A liberdade individual é muito importante neste "re-ligar". Se Deus não se impõe, quem sou eu, ou seja quem fôr, para o fazer?
Um Abraço para todos!!
P.S. - Acreditar em Deus, também passa por acreditar na Igreja (Comunidade - "com-unidade" - dos crentes)! O individualismo religioso não faz sentido! :)
mc, comecei a minha resposta aos teus comentários (obrigado por eles) no meu post anterior. :)
Eu não ponho em causa a instituição da Igreja Católica. E concordo contigo, que há muitas sensibilidades, e que se tem de saber escolher. Mas dá a sensação de que para muitos há uma sensibilidade correcta, e o resto é tudo marginal, algo fora de lei.
Eu também tenho de fazer comunidade em algum lugar, e não sinto que discordar com o Magistério, o Papa ou o meu prior me retire dessa comunidade. Ainda que possa ser incómodo para mim, ou para essa mesma comunidade. Mas acho que faz falta um maior respeito pela diferença de opinião, que não sinto haver, por parte do Vaticano (digamos assim; poderia dizer da Cúria?).
Quanto às regras nos ajudarem a definir e a defender o Amor, estou de acordo.
O que me incomoda é que haja uma apologia tão grande das regras que causa sofrimento grande a muitas pessoas (e afastamento da Igreja, também por vezes) encontrar o seu espaço de liberdade pessoal.
ZR, concordo que os homens não gostam da liberdade. Mas (quem manda n') a Igreja Católica também não parece gostar muito de que os seus fiéis tenham essa liberdade. O que está mal.
paulo,sj, fico à espera do teu comentário. :)
"O Amor é fogo que arde sem se ver", dizia o poeta. E quando colocamos demasiadas regras (dependendo das circunstâncias considero que também o Amor precisa de ser, minimamente, regrado)o amor começa a ter demasiada visibilidade, passa a ser medida coisificada de muitas coisas e acaba por perder densidade e plenitude.
Querida mc:
Escreveste
"mas tenho que fazer comunidade em algum lugar, senão sou só eu e as minhas ideias, o que não é grande coisa".
O que significa "em algum lugar"?
Se te referes a uma denominação particular, eu não concordo.
Considero-me cristão - ou tento sê-lo - e em comunhão com todos os cristãos, embora denominações de comunhão fechada me recusem. Mas não sou membro de nenhuma denominação particular. E não estou sozinho com as minhas ideias, porque estou com todos, mesmo com os que me recusam a comunhão.
Quanto ao ser membro de alguma Igreja particular, em sentido local: qualquer me serve, perto do sítio em que vivo, e que me aceite.
Pormenor que para ti deve ser importante: sou baptizado.
Um beijinho,
Zé.
Paulo:
Escreveste
"Acreditar em Deus, também passa por acreditar na Igreja (Comunidade - "com-unidade" - dos crentes)! O individualismo religioso não faz sentido!"
De acordo. Mas a recusa do individualismo religioso não obriga a ser membro de uma denominação particular.
Abraços,
Zé.
( Estás no 1º ano de Teologia na Católica? Se estiveres, gostava de fazer-te algumas perguntas sobre o curso. Bom trabalho no exame - nunca desejo "boa sorte"; não é por superstição como o pessoal do teatro; é que não faz sentido. Bom trabalho. )
respondendo ao ZR
eu sou como a Gabriela: "eu nasci assim, eu cresci assim..." :)
concluindo -nasci dentro da Igreja Católica, cá tenho permanecido, e espero continuar. Logo, toda a minha experiência, se confina a isso. Quando falo de comunidade, lógico que é dentro da Igreja. Sempre tive uma noção muito forte de universalidade, logo sou incapaz de me fechar com um grupinho num quentinho qualquer. Sempre embirrei com a maioria dos movimentos da Igreja, porque lhes via muito nítidas esssas fronteiras. São eles e eles e eles, o resto é paisagem. Mas pertencer à Igreja de uma forma não "arrebanhada" traz conflito, traz sofrimento. O que o /me diz tem sentido. A Igreja de tanto querer proteger, oprime. Nas suas leis, na sua praxis. Eu que sou meio rebelde, ponho-me ao fresco quanto a isso. Mas sempre dentro da Igreja. Nunca precisei de me isolar. Posso abrandar o ritmo, posso andar meio perdida, mas não preciso de me pôr de fora. E também nunca precisei de fingir que estava tudo bem, nunca precisei de mentir. Levam-se umas tareias de vez em quando, mas isso faz parte do crescimento. Não ando, porque não vale a pena, à procura do grupo ideal, ando por aí às cabeçadas como toda a gente.
Posso não gostar muito do Papa (a papolatria, põe-me os cabelos em pé), posso não gostar do bispo, do prior...mas estão lá e estão muito bem, tudo é transitório nesta vida. E mais cedo ou mais tarde aprendemos as lições.
Tenho sofrido algumas coisas na Igreja, mas também tenho aprendido muito. As minhas amigas, são tudo pessoas que conheci na Igreja, e não somos amigas porque fazemos parte do mesmo clube, mas porque sabemos estar para além disso.
Querida mc:
Fiquei com a impressão que não me respondeste ...
Repara: eu não defendo - Deus me livre! - que um cristão membro de uma certa denominação a abandone.
Peço é que se considere, em primeiro lugar, como cristão - o que torna menos significantes os pormenores ( de doutrina, de rito, de organização ) do seu grupo particular.
E noto até ( àparte a questão denominações/Igreja ) que o cristianismo difere de outras religiões por haver uma Porta que Deus abriu para o homem com um homem - Jesus. É por Aí que vais Lá. Não é uma religião do Livro ( o Corão diz que sim, mas está enganado; alguns Reformados fundamentalistas bíblicos também cometem o mesmo erro ); nem de Tradição ( como sobrevalorizam os Ortodoxos ); nem de Igreja ( como sobrevalorizam os Católicos ).
E, enfim, peço que se admita com toda a tranquilidade que existem cristãos que não são membros de denominações particulares. Aliás, há-os aos montes; em vários países de tradição cristã são já a maioria da população. O que peço ( pedimos ) é que não sejam olhados como uns confusos sincretistas/relativistas, que ainda não acederam à iluminação pela doutrina verdadeira ...
Novos beijinhos,
Zé.
Querido ZR
desculpa se não respondi como devia à tua interpelação. Se fores ao meu estaminé vês que eu sou uma convicta "desfazedora de rebanhos" (estou a apropriar-me de termos devidamente patenteados, vou ter que pagar DA). Aliás, sou acusada, e se calhar com propriedade, que mais depressa me ponho ao lado dos "desalinhados" do que dos cristãos "certinhos". Eu tenho um génio anarca dentro de mim, que continuamente tenho de domar. Por isto tudo, preciso da Igreja visível, com fronteiras, com dogmas, com ritos. Mas...e sei muito bem ao que te referes, não chamo ninguém de relativista, nem ista nenhum (quer dizer foge-me muitas vezes a língua para chamar fundamentalistas do ******* a todos os que passam a vida a excluir). Não é a Igreja a dona da salvação. Não é apenas a quem anda nas fileiras da Igreja que ela é destinada. Fora de Deus, acredito que não há nada, logo, de uma forma ou de outra, e tantas vezes em acasos tão misteriosos que só Deus conhece, Ele está ao alcance de cada um.
O meu discurso nunca será de exclusão, e sim de inclusão. E tanto se me dá que saiam mil e um documentos a dizer quem está dentro e quem está fora. Mas, é já se falou isso no Adro, como não vivemos numa sociedade perfeita, tem que haver fronteiras, regras. Tem que haver balizas, senão não há golos. :)
Para mim não é igual pertencer à Igreja Católica ou à Ortodoxa, por exemplo. Mas quem está na Igreja Ortodoxa está muito bem. E quem não está em nenhuma, também está bem, se estiver BEM. Deus dá a liberdade a cada um, de escolher o seu caminho.
beijinhos
bluesmile,
acredito em tudo o que dizes, dependendo dos dias :)
Sim, acredito no amor. Sim, há muito por aí.
Mas... também há muita moeda falsa, muito egoísmo travestido de amor.
Acredito, apesar de tudo, que vivemos uma época em que se valoriza o amor.
Querida mc:
Agora respondeste-me, sim: e gostei muito da resposta. :D
Tchuiiiiiiiks,
ZR.
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