i)"Para quê, então, pertencer à Igreja?" não faz sentido: se és cristão pertences, ponto.
ii)"Para quê a Igreja?" tem resposta clara: para transmitir ao mundo o que Jesus nos ensinou e modificar os homens.
Subjacentes às perguntas estão duas ideias vulgarmente implantadas nos espíritos dos cristãos e que têm muito que se lhe diga:
a) que tem que se ser membro de uma denominação particular;
b) que o magistério dessa denominação nos ensina o que devemos fazer em muitas ocasiões em que se põem problemas morais, poupando-nos à maçada ( e ao perigo, porque podemos errar! ) de pensarmos.
Claro que quem pensa o descrito em a), b), se lhe dizem que não, que não é necessário - pergunta logo "Para quê então pertencer à Igreja e para que é que a Igreja serve?".
Ah, a Igreja concebida como em a), b) é um magnífico instrumento de repouso da alma. Resta saber se é isto que o Espírito espera dela.
Como estou a provocar, não me posso adiantar muito. :P Mas desde já posso dizer que concordo com o que disse o ZR:
"Para quê, então, pertencer à Igreja?" não faz sentido: se és cristão pertences, ponto.
A definição de Igreja não é fácil. Convém fazer distinções, entre a Igreja enquanto conjunto de crentes (não sei definir melhor), que inclui as várias denominações cristãs, e o Vaticano (não sei definir melhor).
Concordo que à primeira Igreja (conjunto de crentes), pertencemos se somos cristãos. Se aderimos aos ensinamentos de Cristo.
Acho que é importante ter esta noção de pertencer à Igreja, mesmo que não se pertença a uma denominação em particular.
A cabeça da Igreja Católica Apostólica Romana chama-se "Santa Sé".
O Vaticano é um Estado ( nome oficial: "Estado da Cidade do Vaticano" ).
São ambos pessoas no Direito Internacional Público - mas pessoas diferentes.
A distinção não é despicienda. Por exemplo, os EUA não podem, por imperativo constitucional e segundo a interpretação judicial, ter relações diplomáticas com a Santa Sé; mas podem com o Vaticano.
Curiosamente, a República Portuguesa tem relações diplomáticas com a Santa Sé, não com o Vaticano.
É como se tivéssemos relações diplomáticas não com o Estado de Israel - mas com os Grandes Rabinatos Sephardi e Askhenazi ...
Para que serve a Igreja? - Para tornar vísivel no mundo, o rosto de Deus.
A Igreja tem feito isso? Apesar de todas as falhas, pecados, desgraças, misérias, acho que tem!
Para quê pertencer?
- Porque eu só sou eu, em relação. Porque eu sozinha não me basto. Porque preciso do apoio do grupo, dos desafios do grupo. O grupo ajuda-me na minha relação pessoal com Deus.
Olá a todos! Depois de uma manhã com exame de filosofia medieval, de um simpático almoço, e uma pequena Adoração ao Santíssimo (hoje celebra-se de forma especial o Sagrado Coração de Jesus), sento-me diante desta maravilha da tecnologia (espero ter inspiração para o essencial) e tentar “destrinçar” algumas coisas.
Gostava de salientar que não sou (ainda) nem filósofo, nem teólogo, mas que, como Consagrado, já vou tendo algumas reflexões derivadas de leituras e conferências sobre estes assuntos. Já agora, respondendo ao Zé Ribeiro, estou no 1º ano de Filosofia na Católica (nós, SJ, tiramos o curso de Filosofia, antes da Teologia) e pronto a responder às perguntas, se conseguir obviamente (ainda não consegui chegar à Omnisciência – talvez daqui a uns dias :p ).
Acho que este comentário vai ser longo, mas nestas coisas não dá para falar em meia dúzia de linhas, e mesmo assim vai faltar muita coisa. Que Deus me ajude a transmitir da melhor forma. :)
Primeiro, esclarecer conceitos. Religião vem do latim religare, ou seja “Re-ligar” o homem com o divino. Igreja do grego ekklesia (ou latim ecclesia), que significa assembleia de pessoas, reunidas com a mesma crença e que neste caso é bastante utilizada do ponto de vista cristão. Ou seja, Igreja, comunidade de fiéis, que seguem uma doutrina/crença comum.
/me num outro post falaste de “cruz”, mas deixaria para um outro comentário, pois, apesar de ser um tema muito bonito, aqui não vai ajudar.
Eu faço parte da Igreja Católica Apostólica (ramificada em Romana e Bizantina), sigo o rito Romano, com o qual me identifico. Faço por sentir ser a que mais se adequa à Crença que tenho em Deus, em Cristo e no Espírito Santo, alicerçada em pilares reconhecidos. Pedro e Paulo. Pedro (cefas – que significa pedra) foi a primeira pedra da Igreja, a quem Cristo deu autoridade para a governar. Paulo, o Apóstolo Missionário, que prega o Evangelho à Igreja que se expande também aos gentios, não só aos judeus. Igreja Católica (ou seja Universal)
As várias cisões que foram ocorrendo ao longo da história devem-se, muitas vezes, mais a questões humanas, do que divinas. Mas há que ter em conta o contexto social, cultural e politico que se foi vivendo nas diferentes épocas. Muitas foram marcantes, e outras tantas continuam a acontecer. Quando se deu a Reforma e a Contra-Reforma, Sto. Inácio de Loyola, Sta Teresa de Ávila, São João da Cruz, e outros tantos, perceberam que a Igreja estava a atravessar uma grande crise. Então, ou se separavam ou contribuíam para um reajustamento. Assim, surgem novas ordens, reformam-se outras tantas. Estes Santos vivem um profundo Amor à Igreja, por isso mesmo não ficaram parados e deram o seu contributo à mudança. Mantiveram as regras que perceberam ser as do Evangelho. É o próprio Jesus que afirma que não vem mudar uma só letra da Lei. Ou seja as regras são necessárias, basta olhar para a série de comentários opinativos que surgem, com toda a legitimidade, mas se não houvesse regras, tudo seria válido e entraríamos num relativismo que não levaria a lado nenhum. Sendo a Igreja Universal, tem de conceber uma doutrina que siga a Visão de Cristo, no sentido de uma verdadeira Comunhão. Uma coisa é a doutrina geral, que é escrita para toda a Igreja Católica, outra coisa é aquele membro da Igreja específico com a sua história. Cristo atende à visão Universal, mas também ao particular. Eis a Sua humanidade.
É verdade que a igreja caiu em extremismos, ainda bastante “incrustados” no nosso pensamento, de medo – sobretudo do inferno – se não se cumprissem as regras, ou mandamentos. Hoje em dia, há muitas pessoas cristãs e católicas, que vivem à base de cumprimentos religiosos. Ora, antes de mais eu, como membro de Igreja, devo acolher, e depois também mostrar que as responsabilidades fazem parte da vida de um cristão. A mim faz-me impressão que se tenha de ir à Missa por cumprimento e que se vá comungar como prémio de bom comportamento. Jesus Cristo não está de “livro de ponto” a ver quem comunga. Aqui entra o tal mandamento “Ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. Mas é preciso entender a imagem de Deus, o que significa Amar e também o caminho da responsabilidade. A comunhão deve ser um acto de Amor. Vou buscar o Alimento para que também eu seja alimento para os Outros. Ou seja, comungo o Amor a Deus, para Amar o próximo. Já agora uma palavrinha sobre o Amor: Amar é difícil. Pois, Amar é sair de mim em direcção ao outro. Amar é desejar tanto bem ao outro que o envia, que o solta na sua missão diária de vida, mas com a certeza de que um está com o outro, porque se estabelece no verdadeiro Amor uma relação de confiança... Amar é virar-me para o verdadeiro bem, tendo sempre presente quem me Ama e quem é que eu Amo... Amar é seguir no sentido da verdadeira construção de relação, que é dar tudo o que se tem, para se crescer na virtude desse mesmo Amor. Quem Ama verdadeiramente não pode guardar para si, tem de soltar para que siga o caminho que tem de viver... É o que Cristo faz. Ama de tal modo que nos envia a fazer o verdadeiro bem na construção da Humanidade, na certeza de que Ele vai connosco, não nos abandona nunca... Por isso é que acabamos por também nós Amar tudo, porque queremos dar tudo o que temos, vivendo a plena alegria que é a de dar... O Amor de Cristo Ressuscitado!
Li, algures num dos comentários, que existem tantas leis, que às tantas há mais pecados para duas ou três vidas. Ora, isto não é bem assim. Pecado é tudo o que me afasta da vontade de Deus, num fundo, uma falta de Liberdade. As regras delimitam uma fronteira, mas é preciso atender a cada pessoa, à sua especificidade.
Voltando à dimensão Igreja. Eu não posso ser cristão sem pertencer à Igreja (tendo em conta Igreja – Corpo de Cristo). Hoje em dia há bastantes tentativas para que tal aconteça. Mas não faz sentido o individualismo religioso. Cristo foi bastante claro. A minha relação com os outros é primordial. Em Igreja dá-se a relação vertical (a ligação com o Deus) e a relação horizontal (a ligação com os Outros). Durante muito tempo avançou-se com um espiritualismo, mas a minha vivência cristã tem de passar por uma relação humana muito forte com aqueles que me rodeiam. Eu faço Igreja não só com os Católicos Apostólicos, como também com os Protestantes, e até mesmo com outras confissões religiosas. Porque não vou deixar de fazer o bem a um budista, porque ele não é Católico.
Para concluir, que já está muito longo para comentário, devo dizer que: A Igreja está em mudança, e somos nós que temos de ajudá-la a continuar. Todos nós somos o Corpo de Cristo, Ele precisa de nós. Essa é a graça divina do Encontro! Para tal é preciso descobrir Cristo, a Sua Igreja e ajudá-la. Mas para isso é preciso, também, viver a dimensão da minha responsabilidade, dentro da Igreja!
É a minha pergunta desde há muito tempo...respeito as devoções individuais mas não consigo entender as razões que levam as pessoas a pertencer à igreja.
Caro Paulo, depois de estudar tanto, ainda não ganhou o dom da concisão? devia começar por aí! Por aqui as pessoas deixam os títulos à porta. Que temos todos muitos. As palavras valem pelo que valem. E mais nada. Dito isto, bem vindo à blogosfera. Espero dar-lhe muita pancada e levar alguma. O que não me mata faz-me mais forte.
Apenas foi durante o fim de semana, porque não podia vir online (só agora pude), e a conversa estava animada. Mas volto já a colocar a censura, agora que já posso vir espreitar o blog mais frequentemente. :)
E quando tiver tempo, leio os comentários e respondo. ;)
Só agora vi os comentários... Fim-de-semana fora!!
On, obrigado pelo feedback e pela recepção. Sim, é verdade que não fui conciso, mas há temas em que não consigo ficar pela mera opinião sem explicar algumas coisas que considero importantes. É verdade que na blogosfera não há titulos, mas eu, quando me inseri nestes lados, fiz questão de não estar sob anonimato. Os titulos para mim não me interessam para nada, simplesmente, nestas coisas, há que ter em atenção ao que se escreve quando não estamos na simples opinião pessoal e eu, como SJ, tenho de ter isso em conta.
E quanto à pancada, vamos nisso!! Amadurecemos quando confrontados com as ideias... Já agora On(e todos os outros), trate(a)-me por tu! :) Não gosto nada de mordomias... :p
Abraços para o senhores, beijinhos para as senhoras!!
Paulo, compreendo que queiras, nos teus comentários, ser formador e informador. É importante. Mas que transpareça alguma coisa da tua opinião pessoal, do teu sentir, do teu agir. Senão, ficam só as palavras e elas são sempre poderosas, mas se não vêm marcadas pelo tempero da vida, não são testemunho. Depois aqui na net e nestas caixas de comentários o mais importante é partilhar vida. Aquilo que chamas opiniões, é o sentir das pessoas. Eu também achei pouco clara a tua exposição. Ou melhor um pouco retórica.
Percebo! :) Desculpem, não quis nada ser complicado, mas pelos vistos não ajudei muito. Além do mais não quero ter a presunção de ser o formador. Mais uma vez desculpem... :|
Então, um comentário mais pessoal...
Em relação à Igreja, eu, antes de ser jesuíta, era bastante critico. Percebo muito bem quando alguem diz que "não precisa da igreja, porque tem a sua fé". Passei por essa fase... Cheguei a fazer meditações de lua cheia, fui a uma igreja Maná, etc etc... Mas de todo que percebi que era na Igreja Católica que me identificava. Comecei a ver que era muito fácil criticar, mas arregaçar mangas e ajudar à mudança era já mais chato. Percebi que ser Igreja era ajudar os outros, fazer comunidade, no fundo dar a vida... Percebi que a minha vocação era dar a minha vida aos outros, sendo mediador d'Aquele em quem acredito. Ora, isto não faz com que embarque em tudo. Sofro com muitos comentários acertados (não só bloguisticos) que vou ouvindo sobre a "superioridade" (em várias situações) da igreja. Sofro com algumas realidades que ouço e vejo serem ditas e feitas por pessoas da igreja. Mas também reconheço a imensa força que a Igreja tem em muitas actividade, muitas delas escondidas e no silêncio. Das coisas que mais me fazem doer cá dentro é que ainda se olhe para Cristo como um ditador, que está lá no Alto com um ar de gozo a ver os humanozinhos cá embaixo a fazer figurinhas tristes. Não faz sentido! Das cerimónias que mais me tocam é o lava-pés... Cristo que olha de baixo para cima, ajoelhado a lavar os pés aos discípulos.
Também me custam muitas criticas que são feitas à base de clichés.. Porque este ou aquele padre fez isto ou aquilo... Bolas, então porque não se diz a quem de respeito? Então, porque não se comenta com quem é devido, em vez de ser apenas "conversa de corredor"? Espero um dia, quando for padre, que me digam que estive mal, que disse algo que não foi acertado...
Sinceramente, não me sinto nem melhor nem pior, acho que todos temos os nossos caminhos, que apenas são diferentes, mas que acabam por se cruzar e é nesse cruzamento que amamos os outros, ou não. Tento amar o mais que posso... E sou Feliz!! :) :) :)
Paulo, algumas pessoas podem escrever o seu nome e continuar anónimas. Outras basta escrever o nome no google e aparecem em primeiro lugar na busca. Com morada e telefone. Como já foi atacado em pleno local de trabalho por um colega que entretanto foi reformado compulsivamente, faço por não abusar da minha sorte. Dito isto, se quiseres saber o meu nome, não há problema. Basta mandares-me um mail. Acho que os nomes só interessam se estamos a testemunhar sobre algum facto. Se a discussão é puramente intelectual...
Paulo: Conseguiste saír do discurso formal /racional ( que também é importante) e acrescentar a tua vivência como pessoa. Sobre este tema, não tenho a vossa segurança ( tua, da MC,Zé ribeiro, relapaisas...etc) . EStou em permanente ambivalência, com um pé dentro e um pé fora ( da Igreja institucional). Estou dentro porque não posso estar deeoutra forma, porque sou Igreja. Mas há milhões de coisas com as quais não me identifico e que até me envergonham. Qunats vezes sou confrontada coma pergunta "Também tu conheces esse homem??" E muitas vezes digo que não, porque não quero ser conotada com a "beatagem". Irrita-me particularmente o facto de observar que as pessoas mais equilibradas , mais sensatas e até mais cristãs, do ponto de vista da autenticidade da sua vida, estejam a afastar-se da Igreja e a dar espaço, poder ( e visibilidade) a algumas franjas mais fundamentalistas que caricaturam o catolicismo e publicamente se apresentam como os seus únicos representantes.
É esta caricatura do cristianismo ( nas visões monolitistas , dogmáticas, ignorantes e muito agressivas) que afasta muitas pessoas da Igreja católica.
E depois há todos os outros, toda uma comunidade que é a Igreja, que vive, trabalha no concreto, cosntrói silenciaosamente essa utopia que é o Evangelho. Mas desses não reza a comunicação social, nem os debates públicos nem as petições ...
Devo dizer que tem sido través da espiritualidade jesuíta que tenho reequacionado progressivamente as minhas vivências como cristã.
Foi um processo gardual. Estava completamente de fora, nuam atitude crítica intensa e fui confrontada com uma doença grave. Ennfrentei a possibilidade de morrer e de perder não apenas avida como o que faz a vida ter sentido - a presença dos que amo. Porque a morte é apenas isso - perdermos os que amamos. Nunca mais po4der ver os meus filhos, o meu marido, os meus pais, a minha família, os meus amigos. A morte é apenas isso. Deixar de estar com... Esrta vivência abanou-me profundamente. Deixei de ser imortal . Todos nos consideramos imortais, ( e ainda bem) até experienciarmos oa limiar absoluto da nossa vulnerabilidade e da fragilidade dos laços que nos uenem aos outrso. O que fica de uma vida, da nossa vida ?
Apenas o Amor.
Foi assim que reencontrei Deus. Imperfeitamente e com muitas hesitações. Por exemplo só muito recentemente descobri a alegria e a necesside da Missa. E isso foi algo de extraordinário para mim... E mesmo nesta comunidade virtual , ao ler o que muitos de vocês escrevem, tenho encontrado pistas, pontos de reflexão e momentos que são uma oração interior. Talvez seja isso também uma forma de pertencer á Igreja.
"Em relação à Igreja, eu, antes de ser jesuíta, era bastante critico."
É verdade que não dizes como és hoje ... mas sugeres que o facto de te tornares jesuíta te tornou menos crítico ... ou que, pelo menos, as duas coisas foram a par ...
Se é assim, é pena - e é uma das coisas que mais me desagrada na Igreja Romana: que o sentimento de "pertença" a uma denominação particular iniba as críticas a evidentes erros comuns na denominação e que como tais são reconhecidos pelos seus membros.
A Igreja Romana sofre de "clubite" num grau grave.
E, para além desta atitude geral e das suas manifestações em situações concretas ( estou a pensar, p ex, na discriminação de mulheres e homossexuais, ou nas formas anacrónicas de organização ), há outra ficha sobre a identidade do grupo nas cabeças dos membros da Igreja Romana que é muito nociva: que a Igreja é uma comunidade de Fé. Ora a Igreja só tem que ser uma comunidade de Fé no essencial; no resto, a Igreja é uma comunidade de dúvida.
22 comentários:
Ora bolas:
i)"Para quê, então, pertencer à Igreja?" não faz sentido: se és cristão pertences, ponto.
ii)"Para quê a Igreja?" tem resposta clara: para transmitir ao mundo o que Jesus nos ensinou e modificar os homens.
Subjacentes às perguntas estão duas ideias vulgarmente implantadas nos espíritos dos cristãos e que têm muito que se lhe diga:
a) que tem que se ser membro de uma denominação particular;
b) que o magistério dessa denominação nos ensina o que devemos fazer em muitas ocasiões em que se põem problemas morais, poupando-nos à maçada ( e ao perigo, porque podemos errar! ) de pensarmos.
Claro que quem pensa o descrito em a), b), se lhe dizem que não, que não é necessário - pergunta logo "Para quê então pertencer à Igreja e para que é que a Igreja serve?".
Ah, a Igreja concebida como em a), b) é um magnífico instrumento de repouso da alma. Resta saber se é isto que o Espírito espera dela.
Beijinho,
Zé.
Como estou a provocar, não me posso adiantar muito. :P
Mas desde já posso dizer que concordo com o que disse o ZR:
"Para quê, então, pertencer à Igreja?" não faz sentido: se és cristão pertences, ponto.
A definição de Igreja não é fácil. Convém fazer distinções, entre a Igreja enquanto conjunto de crentes (não sei definir melhor), que inclui as várias denominações cristãs, e o Vaticano (não sei definir melhor).
Concordo que à primeira Igreja (conjunto de crentes), pertencemos se somos cristãos. Se aderimos aos ensinamentos de Cristo.
Acho que é importante ter esta noção de pertencer à Igreja, mesmo que não se pertença a uma denominação em particular.
A cabeça da Igreja Católica Apostólica Romana chama-se "Santa Sé".
O Vaticano é um Estado ( nome oficial: "Estado da Cidade do Vaticano" ).
São ambos pessoas no Direito Internacional Público - mas pessoas diferentes.
A distinção não é despicienda. Por exemplo, os EUA não podem, por imperativo constitucional e segundo a interpretação judicial, ter relações diplomáticas com a Santa Sé; mas podem com o Vaticano.
Curiosamente, a República Portuguesa tem relações diplomáticas com a Santa Sé, não com o Vaticano.
É como se tivéssemos relações diplomáticas não com o Estado de Israel - mas com os Grandes Rabinatos Sephardi e Askhenazi ...
Coisas e loisas desta República laica ...
Tchuiiik,
ZR.
/me
Para que serve a Igreja?
- Para tornar vísivel no mundo, o rosto de Deus.
A Igreja tem feito isso? Apesar de todas as falhas, pecados, desgraças, misérias, acho que tem!
Para quê pertencer?
- Porque eu só sou eu, em relação. Porque eu sozinha não me basto. Porque preciso do apoio do grupo, dos desafios do grupo. O grupo ajuda-me na minha relação pessoal com Deus.
A resposta é simples:
Eu não pertenço à Igreja, mas faço parte dela.
;)
Olá a todos! Depois de uma manhã com exame de filosofia medieval, de um simpático almoço, e uma pequena Adoração ao Santíssimo (hoje celebra-se de forma especial o Sagrado Coração de Jesus), sento-me diante desta maravilha da tecnologia (espero ter inspiração para o essencial) e tentar “destrinçar” algumas coisas.
Gostava de salientar que não sou (ainda) nem filósofo, nem teólogo, mas que, como Consagrado, já vou tendo algumas reflexões derivadas de leituras e conferências sobre estes assuntos. Já agora, respondendo ao Zé Ribeiro, estou no 1º ano de Filosofia na Católica (nós, SJ, tiramos o curso de Filosofia, antes da Teologia) e pronto a responder às perguntas, se conseguir obviamente (ainda não consegui chegar à Omnisciência – talvez daqui a uns dias :p ).
Acho que este comentário vai ser longo, mas nestas coisas não dá para falar em meia dúzia de linhas, e mesmo assim vai faltar muita coisa. Que Deus me ajude a transmitir da melhor forma. :)
Primeiro, esclarecer conceitos. Religião vem do latim religare, ou seja “Re-ligar” o homem com o divino. Igreja do grego ekklesia (ou latim ecclesia), que significa assembleia de pessoas, reunidas com a mesma crença e que neste caso é bastante utilizada do ponto de vista cristão. Ou seja, Igreja, comunidade de fiéis, que seguem uma doutrina/crença comum.
/me num outro post falaste de “cruz”, mas deixaria para um outro comentário, pois, apesar de ser um tema muito bonito, aqui não vai ajudar.
Eu faço parte da Igreja Católica Apostólica (ramificada em Romana e Bizantina), sigo o rito Romano, com o qual me identifico. Faço por sentir ser a que mais se adequa à Crença que tenho em Deus, em Cristo e no Espírito Santo, alicerçada em pilares reconhecidos. Pedro e Paulo.
Pedro (cefas – que significa pedra) foi a primeira pedra da Igreja, a quem Cristo deu autoridade para a governar.
Paulo, o Apóstolo Missionário, que prega o Evangelho à Igreja que se expande também aos gentios, não só aos judeus. Igreja Católica (ou seja Universal)
As várias cisões que foram ocorrendo ao longo da história devem-se, muitas vezes, mais a questões humanas, do que divinas. Mas há que ter em conta o contexto social, cultural e politico que se foi vivendo nas diferentes épocas. Muitas foram marcantes, e outras tantas continuam a acontecer. Quando se deu a Reforma e a Contra-Reforma, Sto. Inácio de Loyola, Sta Teresa de Ávila, São João da Cruz, e outros tantos, perceberam que a Igreja estava a atravessar uma grande crise. Então, ou se separavam ou contribuíam para um reajustamento. Assim, surgem novas ordens, reformam-se outras tantas. Estes Santos vivem um profundo Amor à Igreja, por isso mesmo não ficaram parados e deram o seu contributo à mudança. Mantiveram as regras que perceberam ser as do Evangelho. É o próprio Jesus que afirma que não vem mudar uma só letra da Lei. Ou seja as regras são necessárias, basta olhar para a série de comentários opinativos que surgem, com toda a legitimidade, mas se não houvesse regras, tudo seria válido e entraríamos num relativismo que não levaria a lado nenhum. Sendo a Igreja Universal, tem de conceber uma doutrina que siga a Visão de Cristo, no sentido de uma verdadeira Comunhão. Uma coisa é a doutrina geral, que é escrita para toda a Igreja Católica, outra coisa é aquele membro da Igreja específico com a sua história. Cristo atende à visão Universal, mas também ao particular. Eis a Sua humanidade.
É verdade que a igreja caiu em extremismos, ainda bastante “incrustados” no nosso pensamento, de medo – sobretudo do inferno – se não se cumprissem as regras, ou mandamentos. Hoje em dia, há muitas pessoas cristãs e católicas, que vivem à base de cumprimentos religiosos. Ora, antes de mais eu, como membro de Igreja, devo acolher, e depois também mostrar que as responsabilidades fazem parte da vida de um cristão. A mim faz-me impressão que se tenha de ir à Missa por cumprimento e que se vá comungar como prémio de bom comportamento. Jesus Cristo não está de “livro de ponto” a ver quem comunga. Aqui entra o tal mandamento “Ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. Mas é preciso entender a imagem de Deus, o que significa Amar e também o caminho da responsabilidade. A comunhão deve ser um acto de Amor. Vou buscar o Alimento para que também eu seja alimento para os Outros. Ou seja, comungo o Amor a Deus, para Amar o próximo. Já agora uma palavrinha sobre o Amor: Amar é difícil. Pois, Amar é sair de mim em direcção ao outro. Amar é desejar tanto bem ao outro que o envia, que o solta na sua missão diária de vida, mas com a certeza de que um está com o outro, porque se estabelece no verdadeiro Amor uma relação de confiança... Amar é virar-me para o verdadeiro bem, tendo sempre presente quem me Ama e quem é que eu Amo... Amar é seguir no sentido da verdadeira construção de relação, que é dar tudo
o que se tem, para se crescer na virtude desse mesmo Amor. Quem Ama
verdadeiramente não pode guardar para si, tem de soltar para que siga
o caminho que tem de viver... É o que Cristo faz. Ama de tal modo que
nos envia a fazer o verdadeiro bem na construção da Humanidade, na
certeza de que Ele vai connosco, não nos abandona nunca... Por isso é
que acabamos por também nós Amar tudo, porque queremos dar tudo o que
temos, vivendo a plena alegria que é a de dar... O Amor de Cristo
Ressuscitado!
Li, algures num dos comentários, que existem tantas leis, que às tantas há mais pecados para duas ou três vidas. Ora, isto não é bem assim. Pecado é tudo o que me afasta da vontade de Deus, num fundo, uma falta de Liberdade. As regras delimitam uma fronteira, mas é preciso atender a cada pessoa, à sua especificidade.
Voltando à dimensão Igreja. Eu não posso ser cristão sem pertencer à Igreja (tendo em conta Igreja – Corpo de Cristo). Hoje em dia há bastantes tentativas para que tal aconteça. Mas não faz sentido o individualismo religioso. Cristo foi bastante claro. A minha relação com os outros é primordial. Em Igreja dá-se a relação vertical (a ligação com o Deus) e a relação horizontal (a ligação com os Outros). Durante muito tempo avançou-se com um espiritualismo, mas a minha vivência cristã tem de passar por uma relação humana muito forte com aqueles que me rodeiam. Eu faço Igreja não só com os Católicos Apostólicos, como também com os Protestantes, e até mesmo com outras confissões religiosas. Porque não vou deixar de fazer o bem a um budista, porque ele não é Católico.
Para concluir, que já está muito longo para comentário, devo dizer que: A Igreja está em mudança, e somos nós que temos de ajudá-la a continuar. Todos nós somos o Corpo de Cristo, Ele precisa de nós. Essa é a graça divina do Encontro! Para tal é preciso descobrir Cristo, a Sua Igreja e ajudá-la. Mas para isso é preciso, também, viver a dimensão da minha responsabilidade, dentro da Igreja!
Aquele Abraço Forte, com a minha Oração!
É a minha pergunta desde há muito tempo...respeito as devoções individuais mas não consigo entender as razões que levam as pessoas a pertencer à igreja.
/me, aqui safas-te, mas aqui foste acusa de heresia. E vais ter de responder à pergunta.
A MC também está em maus lençois!
Caro Paulo,
depois de estudar tanto, ainda não ganhou o dom da concisão? devia começar por aí!
Por aqui as pessoas deixam os títulos à porta. Que temos todos muitos. As palavras valem pelo que valem. E mais nada.
Dito isto, bem vindo à blogosfera.
Espero dar-lhe muita pancada e levar alguma. O que não me mata faz-me mais forte.
/me, tens mesmo necessidade deste sistema de publicação de comentários?
É muito chato!
:)))
ON! Estás tão incisivo!
Queres pancada? Arranja-se já. :)))
/Me, o ON está ligeiramente chateado. Não ligues. Tem de implicar com alguma coisa e lembrou-se do sistema de publicação de comentários. :)
/Me?! Tiraste a moderação. Tens a certeza?
Apenas foi durante o fim de semana, porque não podia vir online (só agora pude), e a conversa estava animada. Mas volto já a colocar a censura, agora que já posso vir espreitar o blog mais frequentemente. :)
E quando tiver tempo, leio os comentários e respondo. ;)
Olá!!!
Só agora vi os comentários... Fim-de-semana fora!!
On, obrigado pelo feedback e pela recepção. Sim, é verdade que não fui conciso, mas há temas em que não consigo ficar pela mera opinião sem explicar algumas coisas que considero importantes.
É verdade que na blogosfera não há titulos, mas eu, quando me inseri nestes lados, fiz questão de não estar sob anonimato. Os titulos para mim não me interessam para nada, simplesmente, nestas coisas, há que ter em atenção ao que se escreve quando não estamos na simples opinião pessoal e eu, como SJ, tenho de ter isso em conta.
E quanto à pancada, vamos nisso!! Amadurecemos quando confrontados com as ideias... Já agora On(e todos os outros), trate(a)-me por tu! :) Não gosto nada de mordomias... :p
Abraços para o senhores, beijinhos para as senhoras!!
Paulo, compreendo que queiras, nos teus comentários, ser formador e informador. É importante. Mas que transpareça alguma coisa da tua opinião pessoal, do teu sentir, do teu agir. Senão, ficam só as palavras e elas são sempre poderosas, mas se não vêm marcadas pelo tempero da vida, não são testemunho.
Depois aqui na net e nestas caixas de comentários o mais importante é partilhar vida. Aquilo que chamas opiniões, é o sentir das pessoas.
Eu também achei pouco clara a tua exposição. Ou melhor um pouco retórica.
desculpa, qualquer coisinha...
agora retribuo os beijinhos. :)
Percebo! :)
Desculpem, não quis nada ser complicado, mas pelos vistos não ajudei muito. Além do mais não quero ter a presunção de ser o formador. Mais uma vez desculpem... :|
Então, um comentário mais pessoal...
Em relação à Igreja, eu, antes de ser jesuíta, era bastante critico. Percebo muito bem quando alguem diz que "não precisa da igreja, porque tem a sua fé". Passei por essa fase... Cheguei a fazer meditações de lua cheia, fui a uma igreja Maná, etc etc... Mas de todo que percebi que era na Igreja Católica que me identificava. Comecei a ver que era muito fácil criticar, mas arregaçar mangas e ajudar à mudança era já mais chato. Percebi que ser Igreja era ajudar os outros, fazer comunidade, no fundo dar a vida... Percebi que a minha vocação era dar a minha vida aos outros, sendo mediador d'Aquele em quem acredito. Ora, isto não faz com que embarque em tudo. Sofro com muitos comentários acertados (não só bloguisticos) que vou ouvindo sobre a "superioridade" (em várias situações) da igreja. Sofro com algumas realidades que ouço e vejo serem ditas e feitas por pessoas da igreja. Mas também reconheço a imensa força que a Igreja tem em muitas actividade, muitas delas escondidas e no silêncio. Das coisas que mais me fazem doer cá dentro é que ainda se olhe para Cristo como um ditador, que está lá no Alto com um ar de gozo a ver os humanozinhos cá embaixo a fazer figurinhas tristes. Não faz sentido! Das cerimónias que mais me tocam é o lava-pés... Cristo que olha de baixo para cima, ajoelhado a lavar os pés aos discípulos.
Também me custam muitas criticas que são feitas à base de clichés.. Porque este ou aquele padre fez isto ou aquilo... Bolas, então porque não se diz a quem de respeito? Então, porque não se comenta com quem é devido, em vez de ser apenas "conversa de corredor"? Espero um dia, quando for padre, que me digam que estive mal, que disse algo que não foi acertado...
Sinceramente, não me sinto nem melhor nem pior, acho que todos temos os nossos caminhos, que apenas são diferentes, mas que acabam por se cruzar e é nesse cruzamento que amamos os outros, ou não. Tento amar o mais que posso... E sou Feliz!! :) :) :)
Abraços apertados!! :) :) :)
P.S. - Muito obrigado MC, pelo teu feedback!
Paulo,
algumas pessoas podem escrever o seu nome e continuar anónimas. Outras basta escrever o nome no google e aparecem em primeiro lugar na busca. Com morada e telefone. Como já foi atacado em pleno local de trabalho por um colega que entretanto foi reformado compulsivamente, faço por não abusar da minha sorte. Dito isto, se quiseres saber o meu nome, não há problema. Basta mandares-me um mail.
Acho que os nomes só interessam se estamos a testemunhar sobre algum facto.
Se a discussão é puramente intelectual...
Paulo:
Conseguiste saír do discurso formal /racional ( que também é importante) e acrescentar a tua vivência como pessoa. Sobre este tema, não tenho a vossa segurança ( tua, da MC,Zé ribeiro, relapaisas...etc) .
EStou em permanente ambivalência, com um pé dentro e um pé fora ( da Igreja institucional). Estou dentro porque não posso estar deeoutra forma, porque sou Igreja. Mas há milhões de coisas com as quais não me identifico e que até me envergonham.
Qunats vezes sou confrontada coma pergunta "Também tu conheces esse homem??" E muitas vezes digo que não, porque não quero ser conotada com a "beatagem".
Irrita-me particularmente o facto de observar que as pessoas mais equilibradas , mais sensatas e até mais cristãs, do ponto de vista da autenticidade da sua vida, estejam a afastar-se da Igreja e a dar espaço, poder ( e visibilidade) a algumas franjas mais fundamentalistas que caricaturam o catolicismo e publicamente se apresentam como os seus únicos representantes.
É esta caricatura do cristianismo ( nas visões monolitistas , dogmáticas, ignorantes e muito agressivas) que afasta muitas pessoas da Igreja católica.
E depois há todos os outros, toda uma comunidade que é a Igreja, que vive, trabalha no concreto, cosntrói silenciaosamente essa utopia que é o Evangelho.
Mas desses não reza a comunicação social, nem os debates públicos nem as petições ...
Devo dizer que tem sido través da espiritualidade jesuíta que tenho reequacionado progressivamente as minhas vivências como cristã.
Foi um processo gardual. Estava completamente de fora, nuam atitude crítica intensa e fui confrontada com uma doença grave. Ennfrentei a possibilidade de morrer e de perder não apenas avida como o que faz a vida ter sentido - a presença dos que amo. Porque a morte é apenas isso - perdermos os que amamos. Nunca mais po4der ver os meus filhos, o meu marido, os meus pais, a minha família, os meus amigos.
A morte é apenas isso. Deixar de estar com...
Esrta vivência abanou-me profundamente. Deixei de ser imortal . Todos nos consideramos imortais, ( e ainda bem) até experienciarmos oa limiar absoluto da nossa vulnerabilidade e da fragilidade dos laços que nos uenem aos outrso. O que fica de uma vida, da nossa vida ?
Apenas o Amor.
Foi assim que reencontrei Deus. Imperfeitamente e com muitas hesitações. Por exemplo só muito recentemente descobri a alegria e a necesside da Missa. E isso foi algo de extraordinário para mim...
E mesmo nesta comunidade virtual , ao ler o que muitos de vocês escrevem, tenho encontrado pistas, pontos de reflexão e momentos que são uma oração interior. Talvez seja isso também uma forma de pertencer á Igreja.
Lindo, bluesmile. :)
(e eu tenho muitas poucas certezas)
Esta discussão tem-me dado imenso que pensar. /me obrigado por a teres começado, e, de forma especial, agradeço à bluesmile por esta partilha. :)
Desculpem os erros ortográficos. Escrevi muito à pressa e "com o coração". Beijos. :)
Caro Paulo:
Escreveste
"Em relação à Igreja, eu, antes de ser jesuíta, era bastante critico."
É verdade que não dizes como és hoje ... mas sugeres que o facto de te tornares jesuíta te tornou menos crítico ... ou que, pelo menos, as duas coisas foram a par ...
Se é assim, é pena - e é uma das coisas que mais me desagrada na Igreja Romana: que o sentimento de "pertença" a uma denominação particular iniba as críticas a evidentes erros comuns na denominação e que como tais são reconhecidos pelos seus membros.
A Igreja Romana sofre de "clubite" num grau grave.
E, para além desta atitude geral e das suas manifestações em situações concretas ( estou a pensar, p ex, na discriminação de mulheres e homossexuais, ou nas formas anacrónicas de organização ), há outra ficha sobre a identidade do grupo nas cabeças dos membros da Igreja Romana que é muito nociva: que a Igreja é uma comunidade de Fé. Ora a Igreja só tem que ser uma comunidade de Fé no essencial; no resto, a Igreja é uma comunidade de dúvida.
Um abraço,
ZR.
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